Acordei naquele domingo ouvindo um piado. Adoro pássaros, mas fui incapaz de reconhecer a autoria.
Quando saí da cama, a casa já estava agitada. Minha mãe tentava impedir que os cachorros achassem o passarinho antes de nós. Minha irmã buscava uma caixa de sapatos para abrigar o bichinho.
Jovem, com o rabinho em formação e o peito todo despenteado, o sabiazinho estava escondido atrás de um vaso. Assustou-se, tentou fugir. Mas acabou indo parar na gaiola que compramos às pressas.
Temos horror a gaiolas aqui em casa, mas o pássaro era muito novinho e não sabíamos se estava machucado. Além disso, temos um vizinho que prende os bichinhos para vender depois. Precisávamos protegê-lo.
Foi então que começou um desses milagres da natureza. Um sabiá laranjeira fêmea rondava a casa bem perto da janela onde ficou a gaiola. Ía e vinha, procurava. Voava, mas voltava em busca do filhote.
Soubemos que havia um casal de sabiás morando na árvore de um dos nossos vizinhos. Decidimos que o filhotinho, até que estivesse pronto para voar, ficaria perto deles, dentro da gaiola. Os pais alimentaram o passarinho diariamente e não saíram dali de perto um minuto sequer.
Em uma tarde, a gaiola foi aberta. Primeiro, o pai entrou e permaneceu um tempo na companhia do filhote. Depois, saiu voando e foi seguido pelo pequeno. Não pude acompanhar o vôo final. Nem os vi mais porque, ao que tudo indica, a família abandonou a árvore em que vivia.
Aqui em casa resta apenas a gaiola. Ficará em um canto, sempre vazia e aberta para nos lembrar da vida e da liberdade.
domingo, 22 de novembro de 2009
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Gatinha.....amei o que você escreveu, ficou lindo, um lindo conto sobre uma linda história. Já te passou pela cabeça que você nasceu para fazer isso?? As vezes a resposta é mais simples do que parece, Amo você, beijos
ResponderExcluirQ historia linda!!!
ResponderExcluirAmei, vc nasceu para escrever!!!!!
Bjus Juju