domingo, 29 de novembro de 2009

Biscoitos de Natal

Amo Natal, mas ando cansada de seus excessos. São luzes demais, enfeites demais, compras em demasia. É chavão? É. Mas cadê o espírito natalino? Onde está o clima de paz que deveria marcar esta festa cristã?

Decido, então, que presentearei os amigos com algo diferente: biscoitos feitos por mim. Não vou enfrentar filas homéricas em um shopping, não vou me estressar para presentar as pessoas que amo.

Passei a tarde com minha mãe, testando a receita. Farinha, açúcar, ovos e muita, mas muita manteiga. Esquecemos da baunilha, mas era só um teste mesmo.

A massa demora a ganhar o ponto certo. E é preciso ter cuidado para não perdê-lo. Enquanto sovava a massa e conversava com minha mãe, pensava nos amigos, nas pessoas de quem gosto tanto e que receberão o presentinho. Ameacei começar a retrospectiva de 2009, mas resolvi deixar para os próximos dias.

Na forma, as bolachinhas são salpicadas com açúcar cristal e canela. E quando entram no forno exalam um aroma delicioso, perfumam a casa. A receita foi aprovadíssima pela família.

Acho que começamos bem o Natal. Valorizando a simplicidade, os amigos e as coisas feitas com amor.



domingo, 22 de novembro de 2009

Sabiá laranjeira

Acordei naquele domingo ouvindo um piado. Adoro pássaros, mas fui incapaz de reconhecer a autoria.

Quando saí da cama, a casa já estava agitada. Minha mãe tentava impedir que os cachorros achassem o passarinho antes de nós. Minha irmã buscava uma caixa de sapatos para abrigar o bichinho.

Jovem, com o rabinho em formação e o peito todo despenteado, o sabiazinho estava escondido atrás de um vaso. Assustou-se, tentou fugir. Mas acabou indo parar na gaiola que compramos às pressas.

Temos horror a gaiolas aqui em casa, mas o pássaro era muito novinho e não sabíamos se estava machucado. Além disso, temos um vizinho que prende os bichinhos para vender depois. Precisávamos protegê-lo.

Foi então que começou um desses milagres da natureza. Um sabiá laranjeira fêmea rondava a casa bem perto da janela onde ficou a gaiola. Ía e vinha, procurava. Voava, mas voltava em busca do filhote.

Soubemos que havia um casal de sabiás morando na árvore de um dos nossos vizinhos. Decidimos que o filhotinho, até que estivesse pronto para voar, ficaria perto deles, dentro da gaiola. Os pais alimentaram o passarinho diariamente e não saíram dali de perto um minuto sequer.

Em uma tarde, a gaiola foi aberta. Primeiro, o pai entrou e permaneceu um tempo na companhia do filhote. Depois, saiu voando e foi seguido pelo pequeno. Não pude acompanhar o vôo final. Nem os vi mais porque, ao que tudo indica, a família abandonou a árvore em que vivia.

Aqui em casa resta apenas a gaiola. Ficará em um canto, sempre vazia e aberta para nos lembrar da vida e da liberdade.

Para lembrar das coisas simples

Dou início a este blog para que, escrevendo, me lembre de apreciar as coisas simples da vida. Para que a pressa, a ansiedade e o barulho não sufoquem as lembranças do que é simples e verdadeiro.

Uma viagem de volta à simplicidade requer um tanto de desapego. Coragem para abrir mão do que já não serve, do que apenas complica, do que acaba pesando na alma.

Escrever demais nesta introdução, entretanto, contraria a idéia de simplicidade. Neste blog, sejamos simples e leves.